quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ainda sobre Imagens e fotos...

Alguns fotógrafos com imagens aqui nesse espaço:

Alex Hermes
Velma Zehd
Tayrone- Mentiras Sinceras
Heiner Vogt- Contratempo

Sobre fotos -imagens ...

Queria muito nesse espaço falar sobre minha emoção ao ver as fotos de Alex Hermes.
Como é importante ter seu olhar sobre o trabalho, como ele me faz ver coisas ,sugere e aponta momentos , expressões individuais, que eu não teria como ver.
Sua fotografia me traz as emoções de cada obra, posso perceber em que momento preciso me debruçar mais , em que momento posso deixar a linha correr solta.
Como é mágico ver o que o qual momento ele se encantou ou escolheu naquele dia.
Através do seu olhar posso me emocionar,como público, posso pensar sobre a obra, posso me aproximar dela com outra carga.Posso escolher quais cenas devem ainda serem trabalhadas.
Queria muito Alex, que você tivesse a dimensão do que suas fotos causam em mim.
E do quanto elas me são importantes, preciosas.
Agradeço sua generosidade desde o inicio, desde a primeira vez que se aproximou. Obrigada por sua contribuição para meu trabalho, por alargar meu olhar, por me dar essa possibilidade.
Agradecida.
por Silvia Moura

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

3h da madrugada...

Último dia de Carnaval... Pulei de alegria. Abri o blog e -
"SURPRESA"
Textos novos....
Imagens que vão e voltam...
Nem sei dizer como me sinto.
É algo assim, parecido com felicidade.
É bom não estar sozinha.
Agradecida.
Silvia Moura

Tempos Verbais

Tento pensar agora sobre o meu futuro. Tento pensar no que farei daqui algum tempo. Não penso em nada, então. Vejo que os fatos são presentes e que acabam passando, e então o futuro se foi. Sim: uma confusão gira em minha cabeça, já algum tempo.

E então a dança se faz presente, passado e futuro. E eu me ponho a ser solto, vivo. A dança pede isso, independente do contexto do espetáculo. Tento estar preparado para o que há por vir.
Preparo psicológico exaustivo.
Uma angústia é o que me faz seguir em frente. Uma angústia de não saber de nada, e saber de tudo.

E pensar que há somente alguns meses eu nem estava ali. Nem sabia que estaria.
Um menininho curioso tenta crescer com a dança do acaso, a dança da surpresa.

E espero no presente que acaba de passar, o meu futuro.
E danço essa espera.
E enlouqueço.

Jesuíta Barbosa.

sobre a aula...

Foi assim:
Senti-me flutuando ao som de uma voz que muito me agradava, depois e ao mesmo tempo, estava girando, lembrando que eu estava de olhos fechados e o tempo era um tempo mágico, único e de encontro comigo mesma, logo em seguida senti um frio na barriga e tudo que eu queria dizer, dizia em movimentos, era pouco o que tinha pra dizer com movimentos leves e soltos, na maioria das vezes, foi forte, preciso e verdadeiro e tudo isso sem que eu me preparasse ou planejasse, simplesmente vinha.Foi um dia raro de respostas e isso é confortante.
Relacionei-me, estive em solidão, convivi, construi, desconstrui, passiei, fui, voltei, perdi, me perdi...demorei a voltar para mim, como demorei descrever tudo acima, mas essas são as sensações da aula passada, sai inteira, viva e falamos de tantas coisas e naquele momento o tempo tinha acabado, aí decidi escrever, pois coisa boa é sempre bom dividir.
Agradecida mais uma vez pelo tempo que você dedica as pessas e especialmente a mim.
Roberta Bernardo

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

em Março no TERÇA SE DANÇA

Apresentaremos:
Dia 03 - DESERDADOS
Dia 10 - IND GENTE - Uma dança para a solidão
Dia 17 - CORPOS APRISIONADOS
Dia 24 - MENTIRAS SINCERAS
Dia 31 - DESCULPA

sábado, 21 de fevereiro de 2009

pensando sobre a aula de ontem...

Ontem na aula falamos sobre como ver e falar sobre uma obra...
Trago algumas questões:
* Observar sobre o que está e o que não está na obra.
*Não existe um julgamento racional que não esteja ligado a emoção.
*Observar o porque se fala dos objetos utilizados ? o que se escolhe?
*Se faz um julgamento, que seja feito à partir do que o autor quiz dizer.
*Como você justifica seu ponto de vista?
* Observar a relação entre o que se espera e a leitura em si da obra.Relação - expectativa criada e o ato de se relacionar com a obra.

"NÃO EXISTE VERDADE, E SIM REGIMES DA VERDADE.""
Wittgenstein

por Silvia Moura

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Hoje no Terça se Dança...

Hoje vendo O CEM, Yuri, Felipe e Emanuel, Joubert, Graco.
Pensei tantas coisas...
Quem somos nós???? Qual é a função da nossa dança????
Nós vemos a dança do outro como ela é ou como conseguimos ver?
No mundo das idéias o que é a realidade?
O mundo interno é mais real do que o mundo externo?
Como podemos afetar a realidade?
Se eu mudar minhas escolhas minha vida muda? minha dança muda?
Estamos aqui para preencher o espaço com idéias?
Nesse diálogo que a dança propõe qual é a qualidade do ouvir e do falar???
Ao sair dali que mudanças ocorreram em mim???
Minha cabeça fervilha....
E a sua????
Por Silvia moura

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Comentários de quem viu...

SIMPLESMENTE MÁGICO O SEU TRABALHO JUNTAMENTE COM SEUS BAILARINOS.
JÁ HAVIA DEDUZIDO, MAS AO OUVIR VÁRIOS OUTROS COMENTÁRIOS A OPINIÃO FOI A MESMA E CHEGAMOS A CONCLUSÃO QUE REALMENTE DOS TRABALHOS APRESENTADOS O SEU E DO CEM SURPREENDE PELA PLÁSTICIDADE, ENTREGA, FIGURINO E PRINCIPALMENTE O RESPEITO COM QUE SE NOTA COMO ELE FOI PENSADO, PESQUISADO E COREOGRAFADO A VC E A VCS DO CEm A MINHA MAIS HULMIDE E SINCERA REVERÊNCIA. PALMAS.............................................................................................................................................
Douglas Mota - Bailarino

Olá Silvia, parabéns e obrigada pela linda movimentação sua e do CEM ontem, foi realmente muito tocante e bonito! :)
Eveline - Bailarina

BRAVO!!!!!!
Augusta Viguier - Gestora Cultural

silvia, foi especialmente lindo ontem ver vcs (e vc!) naquele palco, daquela forma, com aquelas pessoas, com aqueles propósitos...fiquei muito feliz e emocionada!obrigada por ter proporcionado tal momento!beijo grande! :*
Thaitiane Paiva - Bailarina

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Estar longe

É dificil estar longe. Chega a hora de terça , começo a querer arrumar as coisas, sentir falta de me preparar para entrar em cena.
Meu corpo se habitua aos outros corpos. Crio hábitos de conversar todas as noites com William, Jesuita , Li.
Faço descobertas nas aulas e quero poder conversar em casa com Thiago.
Sinto falta dos ensaios.
Sinto falta dos CEM.
Me sinto Deserdada.
E me pergunto como ficam as pessoas sem minha presença???
como é o cem sem Silvia?
Um dia desses li no Orkut - SEJA ESSENCIAL PARA ALGUÉM.
Eu quero ser essencial para o cem.
Quero um CEM vivo, cheio, preenchido de idéias , de força.
Estou ansiosa pelo proximo processo, por terminar o DESERDADOS , dar continuidade a limpeza , aos detalhes.
Enfim...
Estar de longe é bom para se ver sob outros aspectos, ver com outros olhos.
Estou voltando.
De Senador Pompeu
Silvia M.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Gostar?????????????

Ás vezes as coisas transcendem o "Agrado". Nem tudo é feito para agradar. Há o que é feito por necessidade, confronto, enfrentamento.
A dor dos outros não agrada, ainda bem.
A fome,a sede, o aviltamento, a desesperança, nada disso agrada. Mas, se faz necessério tocar nesse assuntos , para não se entorpecer no marasmo do cotidiano mentiroso e hipócrita pregado pela sociedade de consumo, para não se esquecer dos montes de lixos que fazemos , e do consumismo desenfreado a que nos acostumamos. É preciso lembrar que houve fome , sede, miséria, é preciso abrir os olhos e os olvidos para o clamor que não cessa e vem dos quatro cantos do mundo , dos deserdados, das favelas, dos excluidos, das ruas do centro, de nós mesmos.
Tenho fome sim.
Tenho sede sim.
De dias melhores, de um mundo melhor,de pessoas melhores.
Tenho fome de construção, de humanidade.
E minha fome não se importa com o "AGRADO" de ningém, nem de mim mesma.
Grito porque preciso, porque minhas fomes são muitas e pra muitos.
Pulei a cerca pro lado perigoso do necessário, onde o "NÃO GOSTEI" é pequeno e torna-se absolutamente supérfluo. Do lado de cá ouço apenas o clamor dos retirantes , dos desválidos, dos que tem fome , dos que não tem direito a gostar ou não de algo, dos que vivem com as sobras , com os restos. É por eles que grito e que minha dança se faz ás vezes um lamento , quase insuportável.
Sinto muito, mas, vim assim, com essas sedes de dizer, de dançar essas dores.
Talvez - Não gostar seja um extremo elogio.
SilviaMoura.

Deserdados dias 5 e6 de Fevereiro no Theatro José de Alencar

O DIA EM QUE O POSSÍVEL TRANSBORDOU...

Um alucinógeno.

Foto de Alex Hermes.
E tudo tornou-se forte.

Quem viu o espetáculo foi tocado, não importa como.

Ouvi um comentário:

"esse tipo de coisa não me agrada".

Talvez não fosse para agradar, han?

E por isso tornou-se forte.

E agora só tende a crescer, desenvolver-se mais ainda.

Os Deserdados é, para mim, um alucinógeno de efeitos variantes.

Eu e minhas metáforas.

E é uma metáfora também.

Clara metáfora.

Me agrada não agradar.

Fiquei feliz em ouvir aquilo.

Fiquei feliz em sentir aquilo.


Jesuíta Barbosa.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A Sensação de dever cumprido agora me invadiu.
Torci o pé novamente, aquele mesmo pé de gesso!
Estou cansada, mais muito feliz. Quero sentir tudo outra vez, viver tudo de novo.
Esses dois dias foram marcados de muita dança, dança sedenta de verdade, com fome de sentido. A Dança que eu acredito!
Divertissiment.
Foi muito bom viver essa experiência, agora aguardo o novo processo, descanso nesse meio tempo e penso, penso muito no que vivi, no que senti de extraordinário.
Ver o Hugo Bianchi em cena foi muito bom! Oportunidade única.

Beijos para todos e um bom descanso!
Tayana Tavares 23:57 de 06/02/2009

A fome, ainda se mantém.

A fome, ainda se mantém. E o banquete ontem foi extenso.

As 23:00 horas de ontem deitei exausto na cama e não resisti ao cansaço, as 5:00 horas de hoje quando o cansaço já havia sumido as dores me acordaram. Reconheci em cada uma delas as escolhas de cada dia.
Ontem durante o barulho torturante das passadas do publico se acomodando em suas poltronas (hora em que a ansiedade me corrói até a alma) Não sei bem explicar quais emoções vivi. Enquanto os grupos apresentavam-se antes da nossa entrada, senti um misto de alegria e distanciamento para não deixar fugir as fomes que me aguardavam, ao entrar em cena pude perceber que não havia como fugir.
Encontrar o meu próprio tempo em meio a tantos e saber que cada um é o verdadeiro, deu-me a sensação de realmente estar dançando a vida com todos os seus encontros desencontros e contratempos.
Viver é dolorido e envelhece. Hoje me sinto mais maduro.
Muitas outras coisas cortaram-me corpo, mente e alma, ao viver aqueles movimentos, talvez muitas dessas coisas eu nunca consiga explicar, outras talvez eu nem queira, para mim o importante é que eu não saí inteiro, que pedaços de mim sujaram aquele palco já tão manchado e que depois de tudo isso, não se pode ser o mesmo.

Thiago Braga.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Hoje - Deserdados .

Me sinto frágil como ao terminar de ter um filho. Estréiamos. Tantas vezes voltaremos a ter essa sensação, de ser novo, de ainda precisar acabar.Meu corpo reclama de cada dor sentida hoje.
Fizemos nossa dança possivel. Uma dança de encontros e desencontros de sim e de não, de gritos e sussuros. Senti que conquistamos algo - não ficamos num lugar comum, o espaço foi alterado , a dor colou no ar do teatro.
Dançamos uma seca rasgada, tirada a fórceps.
Me sinto em paz , por ter chegado até aqui. Mas, sei que quero mais fomes , mais sedes.
Amanhã.
Silvia M.

Estréia!


Sinto que a nossa estréia foi feita com garra, união, força, energia. Ao final, os calorosos aplausos, o ''arrasou'', as parabenizações, a carinha de feliz do Willian e o cansaço em muitos...em mim foi estranho. O momento de estar em cena é raro, e louco, é estar nele sentindo e ao mesmo tempo pensando e às vezes sentir que o pensar anula de alguma forma, nem que seja de você não sentir estar inteiro ali. Sei também que cada ensaio, cada apresentação é única, então nem sempre a sentiremos maravilhosamente e o maravilhosamente eu digo, é quando a emoção parace querer rasgar-se e neste espetáculo, no trabalho do CEM cabe perfeitamente. O mais bonito é perceber que nosso trabalho, mesmo com o pouco tempo e as dificuldades naturais de todo processo foi feito com dignidade. Amanhã é um novo deserdados, novas secas e novas fomes, um novo desafio de dançar e interpretar...amanhã eu quero sentir-me inteira como já me senti.
Li.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Amanhã estréia DESERDADOS

Cada dia um novo detalhe , uma descoberta, algo a ser trabalhado. Hoje o encontro com os desenhos do Yuri Yamamoto- Que presente !!!! Ontem o encontro com a Música do Uirá dos Reis, outro presente.
Ver cada integrante ganhando sua própria interpretação para cada comando dado, a força de um trabalho de grupo, de artistas sendo concretizado,tem uma potência absolutamente transformadora.
Hoje tenho muito para agradecer , a cada integrante do CEM que se dedicou a esse trabalho, que deu uma parte sua para a construção dessa dança. Agradecer.
Ao Thiago Braga que se esforçou para não me deixar esquecer nem um trecho , nenhuma sequência .
Aos que estão entrando agora pela força e coragem de toparem um desafio de criar uma nova obra,assim de cara. Aos que estão a mais tempo por não desistirem de dar continuidade ao nosso trabalho.
Gostaria de mais tempo. Mas, me sinto feliz com o trabalho que temos agora.
Agradecer ao esforço coletivo de parir uma obra, que vem com a força de cumprir um papel - fazer viva a história de nossa dança.
A Produção e toda á equipe da Quitanda das Artes, Ao coletivo -com os figurinos, ao Mestre Hugo Bianchi, que em nenhum momento duvidou de nosso empenho em realizar outra obra à partir da sua, Ao Félix por não perdeu o bom humor, Ao Rodrigo com seus textos e alegria, Ao Sérgio que recuperou o Campo Branco, Ao Walter Façanha que com certeza acrescentará beleza com sua iluminação,Ao Paulo Victor pela coragem de colocar essa idéia em prática, aos outros Coreógrafos que se debruçaram sobre seus próprios trabalhos para trazerem o melhor para o espetáculo.
No Theatro José de Alencar à Nilda e Vilaci que sempre tiveram palavras de conforto e café quentinho para as horas de cansaço. A Ana Marlene e Nivea Uchoa que sempre estiveram dispostas a achar espaço para nossos ensaios.
A Equipe do SESC IRACEMA , que esteve presente durante todo o processo de criação no Terça se Dança, apoiando e sendo cúmplice no processo de mostrar a cada terça uma nova descorberta. Fabiano,Carlos, Itapipoca, Aluisio e Laranilson, Elson - Meu Agradecimento.
Carlos Antônio, Heber,Janaina obrigada por dividirem o palco comigo , criando um clima de alegria e respeito mutuo.
E Sempre Agradecida ao Mestre Hugo Bianchi por sua generosidade, respeito, disciplina, simpatia e carinho , nesses dias de convivência.
Agradecida por ter sido incluída nesse projeto, que me faz mais uma vez olhar para dança com muito orgulho de fazer parte dela.
Silvia Moura

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Esperança na Desesperança

Depois de hoje, me sinto feliz e aliviada. Engraçado porque esse trabalho têm um peso, traz uma realidade distante porém presente de alguma forma nas nossas raízes. Tenho fome dos dias em que ainda dançarei este trabalho. A minha parte nem é tão dançada comparada a outra, mas já faz um tempo que penso sobre as ''fronteiras'' entre teatro/dança. Será mesmo que são tão distantes assim? Penso hoje que o simples ato de olhar, sentar, levantar ou andar é uma dança, claro que com as desejosas intenções. Sinto tanto o teatro quanto a dança muito fortes em mim, e a segunda como elemento novo de minha arte é um mundo a desbravar. O que meu corpo relutava, o que minha presença não se fazia inteira, o corpo mole de se entregar ou me integrar ao grupo esvaiu-se hoje, no segundo ensaio e na apresentação. Agora eu me sinto realmente parte do CEM e eu quero descobrir- me no grupo e na dança. Não sei e não posso precisar quanto tempo ficarei, mas hoje sinto que tenho sede e gana de fazer valer a pena aonde estarei presente e até quando. Tendo fomes e sedes desejosas de tudo pelo qual estamos passando. Só quem sabe é quem está dentro, estar fora é comôdo e fácil. Estar dentro é doar-se, é amar aquilo, é fazer com verdade e passar pelas dificuldades internas e externas. Sinto vontade de agradaçer a dança, ao que descobri hoje, a verdade de Silvia quando disse ''Li, você precisa acreditar no que você está falando'' e aquilo ter pesado em mim, me deixado meio para baixo e ao mesmo tempo impulsionado-me para o salto que dei. Sim, hoje eu pulei. Para os braços desse mundo, dessa vivência, do grupo...viva!

Li.

Terça . um dia a menos.

Me sinto cansada, tenho muito medo, os dias voam e tenho a sensação de que não fiz tudo,não consegui sair do lugar. o tempo escoa como água por entre meus dedos.
Sonho, danço dentro demim, estou tomada por um beato, Antônio Conselheiro, um mendigo de rua da minha infância , um Leonilson...
Como chegar no coração , na alma das pessoas???
como fazer uma dança que não seja apenas bonita ou bem executada?
como fazer uma dança que dilacere , que tire você do lugar onde se encontra??
uma dança que em si seja reflexão, não é mais suficiente fazer pensar sobre algo, mas ser essa reflexão, fruto desse estado de remoer algo.
Me sinto tão responsável por isso.
O que fazemos conosco quando dançamos algo transformador???
levamos essa transformação para a vida???????????????????

por Silvia M.

Dificuldade de sentir.Me pergunto o tempo todo se estou de verdade.Me pergunto se as pessoas que me veem,veem um ser humano ou simplesmente um corpo que se move no espaço.No ensaio geral me senti estranho,pois estava entre dois mundos mundos distintos do qual nao cabiam no mesmo palco.Sinto uma angustia de nao conseguir chegar la,que se dane meu bem estar eu quero estar no espetáculo,inteiro,e nao como personagem,se for necessario sofrer sofrerei e depois afogo minha dor numa chicara de café e um nevoeiro de fumaça de cigarros.Agora é tudo mais difícil.Antes era so executar bem os movimentos e permanecer dentro de um tempo de oito.Tenho medo de me movimentar.Tenho medo de nao ser eu ali dançando.Tenho medo de me sentir sempre vazioMe sinto como aquelas bailarinas bonitinhas que adornam um porta jóias,girando apenas quando seu dono desejar.Não quero isso pra mim.Não consegui organizar as palavras,não consigo me organizar.
Por Felipe Damasceno

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Estar no CEM

Estar no Cem – centro de experimentações em movimentos, hoje é estar de fato em algum lugar em que tenho certeza que escolhi ficar, por isso pode ser mais dolorido e menos claro o caminho. Não é o sistema, não faz parte do sistema. Lutamos o tempo inteiro para fugir disso, e por isso dói, pois fui eu quem escolhi, e não é fácil estar na contra mão de tudo em busca de algo que realmente faça a diferença. E não é para simplesmente ser diferente, mas diferente para ser melhor e ser incontestavelmente nosso e também coletivizado.
Estar no sistema também dói, mas é mais fácil. É como estar dentro de uma multidão esmagadora em que você não precisa nem se dar ao trabalho de escolher em que direção seguir, pois a multidão escolhe até isso por você. O cem é diferente.

Thiago Braga (há um tempo atrás)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Nervosismo.


Posto aqui pela primeira vez, mas já com vontade: vontade de escrever, vontade de planejamento, vontade de expressão.
Todo esse processo é novo para mim: Meu primeiro trabalho no CEM, minha primeira apresentação no palco principal... Tudo que está acontecendo nos ensaios e preparativos é bom e rápido, e é essa rapidez que me deixa aceso, flamejando de vontade.
As coisas acontecem como uma uma avanlanche, que acaba com aquela bola de neve enorme, típica de desenhos animados. Na construção dessa bola, tento colocar tudo que posso. Ponho nela, principalmente, meu olhar atento ao conheçimento. Esse olhar, assim como o de qualquer outro aluno ou expectador, faz parte do CEM. Vejo a dança dessa forma: um *bate e volta* de olhares. É simples e complexo. É o mundo o qual compartilho agora. O mundo de olhares.
No sábado, nós experimentamos o figurino. Os vestidos estão lindos e a nossa ansiedade também. O tempo nos mostra a proximidade do evento. De repente você se dá conta e pensa: "Meu Deus do céu, é quinta já." E vê toda a responsabilidade que precisa estar presente nesse processo. Dedicação & Concentração.
Meu estômago já esfria quando lembro da data. Sim: nervosismo. Mas quem disse que ele atrapalha? É ele que me faz encarar o trabalho, que me deixa motivado. Sem esse nervosismo não me sinto completo.
E é por ele que vou me guiando, por mais estranho que isso lhe pareça.
Jesuíta Barbosa.