quarta-feira, 25 de março de 2009

Conexão corpo-mente-pensamento

De tudo me ficou a convicção de que não dirigimos nossa atenção impunemente, seja para onde for. Desejos e intenções são instrumentos poderosos, que acabam por determinar nosso futuro, seja o mais imediato, seja o mais remoto. Aprendi que não estamos nunca sós, e vivemos sempre em comunhão com o grupo a que pertencemos. Uma espécie de ressonância entre energias afins faz com que participemos, mesmo a distância, da vida energética grupal.

Fauzi Arap - MARE NOSTRUM sonhos, viagens e outros caminhos

2:00 da manhã




Sinto como se tudo que me cercasse me agredisse.Estou passando por algo que acredito que me mude.Uma solidão aguda me grita aos ouvidos todas as noites.Me pego as duas da manhã vagando pela rua deserta,deserta e vazia como ando me sentindo nos ultimos dias.Tudo que eu normalmente engulo e deixo pra la ta me engasgando.Agora os pregos todos estão sendo vomitados em algumas horas erradas e em algumas pessoas erradas.Preciso chorar rios sem precisar de motivo.GRITAR! e sair desse estado mórbido que me encontro.Quero poder parar de ver preço de tudo na minha frente,parar de ver etiquetas em tudo e saber que mesmo o preço sendo relevante eu não poderei pagar.Desculpem-me talvez esteja misturando minha vida pessoas com o trabalho.Preciso de ajuda,ajuda da dança do CEM.Preciso de mim mesmo,de me sentir.




foto:Velma Zehd

domingo, 22 de março de 2009

Perguntas


Sei nem se é preciso, mas me sinto na obrigação, necessidade, sei lá de falar qualquer coisa que seja, nem que seja para rodar e rodar e rodar assim como faço agora. Ontem, passando depressa nos canais televisivos um falatório me chamou atenção. A escritora falava assim, no canal 5 que o ato de perguntar deixa o corpo em movimento, que depois de uma pergunta você não é mais a mesma. E a partir disso que vem minha oratória.

E agora, José, Maria, Li, Thiago, Roberta, Silvia, Felipe? E agora,, o que fazemos nós?
Mudamos de trajetória?
Sim?
Não?
Para onde estamos indo?
Quem somos hoje?
Quem fomos ontem?
Quem seremos amanhã?]
O ser muda?
O que fica dos resquícios de multidões?
O que fica de mim no todo? Que contribuições eu dei? O que eu fiz? Eu o sei? Ou passei feito nada, indigente, fria, sem dores... O que é em mim vocês hoje? Que pretensões tenho quando penso nas terças, as lindas terças-feiras rodeadas de muito trabalho, empenho, sonhos, utopias, desejos, união? Hein? Alguém me responde, ou perguntas servem para me deixar em suspensão de respondê-las...
Fico muitas vezes calada.

No livro que leio agora [ Mare Nostrum sonhos, viagens e outros caminhos de Fauzi ARap] me aconselha para a sobrevivência o ato de calar-se. Diz ele que desperdiçamos muitas energias com conversas, diálogos que não tem propósitos de outros caminhos, de seguir em frente, de dar a volta por cima. Falar só quando eu perceber que minhas palavras permitirão outras saídas, não quero nem vou vou deixar encurralarem-me, nem a vocês. É assim, posso estar neste momento indiferente ás dores alheias, posso estar imbuída de mim, do que eu tenho pra fazer, do que eu quero conquistar, para onde quero seguir, posso. Todos tem sem tempo para pensar, discutir consigo mesma, mudar de posição para ver o mundo e as pessoas de outros ângulos... E o que eu vejo me deixa engasgada, com dor no peito, nem sei bem o que se passa, nem sei bem o que vocês falam, só sinto intuitivamente que toca em mim, toca no que eu tenho de mais sincero no meu corpo.

Será que é imaginação? Será que é defesa? Será que é solidão?
Será que será?

Cuidem-se, apaziguem a dor, sarem, dancem, vivam, não deixe nem sequer o pensamento de falecimento se apoderar de suas cabeças-dançantes, não caiam, não se isolem, não se percam... Por aqui me ligo a todos seus passos. Vocês sou eu e eu sou vocês.

A dor tão doída também dói em mim.

sábado, 21 de março de 2009

Confusão

Sexta foi difícil. Pesado. Opiniões e sentimentos dos mais antigos postos para fora. Muitos se sentem confusos, eu também. Me senti um turbilhão, apenas escutando. Às vezes queria falar, mas achava melhor me recolher. Entrei agora e eu sinto o CEM de uma forma tão diferente da visão desgatada que me é dita. Me sinto empolgada, aberta, com difilcudades, preguiças e muita vontade de estar no grupo do qual sim eu me sinto parte, a pergunta que Silvia colocou aos novos e a presente novata era eu, a Li ali. Nem sei se essa muita vontade minha é bastante, mas mesmo nesse emaranhado todo que eu sinto, que eu vejo, percebo sei lá eu quero continuar. Talvez essa força de uma nova integrante possa renovar as forças dos antigos, talvez não. Sinto necessidade de estabalecer mais relações ali, de me aproximar mais. E me sinto tão feliz quando penso em algumas das pessoas as quais tenho me aproximado, em outras das quais fortifiquei a amizade. Assim como Silvia acredito que o sonho dela ou utopia como também foi mencionado não vai morrer. Nem que eu faça duos com Silvia, rs. Claro, sei da vontade e do esforço de muitos ainda ali. Percebo também o enorme carinho dos que se sentem mais desgastados ou cansados. Eu não entendo tanta coisa ainda, talvez nem queira entender apenas sentir. Eu não sei explicar, mas eu já tenho uma ligação enorme, um apêgo há algo que a cada semana me soa mais imprevisível e inseguro. Sinceramente me sinto privilegiada por estar me descobrindo na dança com o CEM, que as visões dos muitos de fora são muitas vezes tão feias, preconceituosas... Mas enfim, quem está mesmo para agradar? Eu faço e estou ali por necessidade. As vezes nem vontade é... Estranho. Gostaria de afagar a todos com minhas danças ainda meio tímidas e cheias de defeitos e mil aprendizados pela frente. Mas as minhas danças são verdadeiras, são intensas e isso não se encontra em 10 anos de mestrado, no livro tal, ou na técnica tal... Não menosprezando a importância que isto possa ter. Quero muitas danças-desabafo que o CEM possa me trazer. Quero muito, eu sempre quero muito.

Li Braga.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Quem somos?

Gostaria de saber iniciar um texto, uma carta ou qualquer outra coisa que se escreva na intenção de que alguém o leia depois, mas não sei. Principalmente porque não estou sabendo lidar com todas as coisas que estou pensando e sentindo em decorrência da gota de água que nos empoçou na ultima terça feira, ou melhor seria dizer das varias gotas que resolveram cair todas ao mesmo tempo e na mesma poça.
- O que é ser um grupo? Pergunto-me enumeras vezes, na tentativa de compreender a razão da qual estamos juntos. Muitos se foram, os que ficaram já não são os mesmos, e os que estão de chegada provavelmente ainda nem saibam onde estão entrando.
- É a ideologia. Penso que encontrei a resposta. Mas talvez não seja suficiente, não nesse agora que me encontro, pois essa ideologia me acompanhará por onde eu for, sozinho ou acompanhado. Nesta ultima terça, cumpri com a minha obrigação de um compromisso estabelecido em grupo, e ao chegar não estavam todos que deram sua palavra. Interrogo-me se foi fácil para eles o momento de desistência deste compromisso, e se realmente isso foi uma desistência. (foi?)
Não quero super dimensionar a decisão deles para alimentar os meus motivos.
Também nessa terça cinzenta de clima úmido e temperaturas elevadas, foi levada em consideração o poder e a capacidade de escolha de cada um, e chegamos a um consenso, mas talvez isso não seja o que algumas pessoas esperam. Não a decisão, mas a liberdade delas escolherem. E o que eu posso dizer em relação a isso, quem sou eu para reclamar? Se certa vez me pediram uma opinião, e antes mesmo que a resposta fosse dada a decisão já estava tomada e eu apenas me calei.
(Será que esse era o momento de colocar a mochila nas costas e sair batendo o pé sem olhar para os lados?)

Talvez não seja mais o tempo de apontar dedos ou de cochichar nomes ausentes.
Acredito, que pelo menos para mim, seja essa a hora de admitir. e se cada um admitir o que lhe cabe, não sobrará espaço para tocar no nome de ninguém, pois ele já terá se pronunciado. Peço perdão a todos do grupo por esta postagem. Essas palavras são o que se passa em mim neste agora em que me encontro, não está sendo bom, mas está sendo verdadeiro.
Se eu fosse falar provavelmente minhas palavras não acompanhariam o meu pensar, e eu me calaria ao ouvir o som da próxima voz.

Esta é a única forma que encontrei de dizer essas palavras de um jeito que todos ouçam da mesma maneira, livre para sua própria interpretação e não a de outro alguém.
Quero ficar sozinho, quero um cantinho frio e escuro com algumas cobertas que me engane a solidão. quero cantar baixinho uma cantiga de ninar para acalmar o meu silencio. Não quero sair de lá.
THIAGO BRAGA.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ind gente uma dança para solidão...

O Ind gente pra mim sempre é muito difícil de fazer!
Os Momentos depois sempre são acompanhados de muito pensar. De reflexões de vida.
Hoje estou particurlamente confusa, antes do espetáculo da um misto de medo e euforia muito mais intenso do que nos outros espetáculos que tenho feito com o CEM. Mais sempre me proponho a feze-lo e me coloco cada vez de uma maneira diferente, experimento lugares que não costumo ir e danças que ultrapassam o conhecimento do meu corpo dançante. No Ind gente tenho medo de me lançar tão fundo a ponto de não saber voltar, medo de perder o fio do real, por isso acho que me protejo muito, nesse espetáculo contorno as coisas e isso me assusta. Tudo o que vivo no CEM é muito intenso, e é isso que mais me apaixona no grupo, a verdade das coisas a sinceridade em tudo!
Terça Mentiras não aconteceu, o que pra mim foi ruim. Tenho passado por dias difíceis e dançar me faz bem. No momento estou com saudades da Silvia e me sinto tão longe de todos...
Não quero isso!
Tayana Tavares (TEXTO DESABAFO)
BEIJOS PARA TODOS :*
18/03/09 - 23:10

quarta-feira, 11 de março de 2009

O ATOR BAILARINO

Novas experiências: A Oficina -O ATOR BAILARINO que está sendo ministrada pela atriz e bailarina Portuguesa Diana Morais iniciou ontem e vai até dia 26 de março.
O resultado do primeiro dia de aula foi bastante significativo. Estão participando integrantes do Cem e alguns convidados .
Ao final realizaremos uma performance.
Nos dedicaremos esses dias a receber Diana e ensaiar os trabalhos que apresentaremos em Março.
por Silvia Moura

terça-feira, 10 de março de 2009

Felicidade na solidão.

Hoje foi uma noite muito marcante e especial. Ter dançado a primeira dança do Cem que vi e que tanto me chamou para o grupo, a dança que eu queria dançar e estar aonde eu queria estar como eu queria estar. Eu me sinto feliz, mesmo tendo sido pesado ao mesmo tempo que não foi. O nu foi libertador e a única coisa que me aliviou - foi fazendo que eu realmente senti o porque desta necessidade - e engraçado que para mim mesmo que pouco foi o meu único auxílio, o que me trouxe conforto ou proteção - não são bem essas as palavras mas enfim. Não entrei totalmente, até porque se não teria ido parar direto no hospital, mas como e por onde entrei, dentro de mim, da minha movimentação, do meu olhar, da minha emoção relacionado ao conjuto foi verdadeiro, foi estar ali naquele momento presente como eu poderia estar. O desnudamento que me doia ou me rasgava não era o do físico e sim o da alma. Eu entrei com força, comecei chorando logo que Silvia comecou a falar, falei o pouco que queria, era de mais para mim ter de falar mais que aquilo, não queria, eu queria me proteger. A linda relação que tive com Felipe, o momento que nossos olhares se bateram e nossa movimentação de mão quaze que encosta uma na outra, em outro momento também e mais outro com a perna, estavamos tão próximos e tão longes...não cabia ali me proteger nele, me amparar e mesmo que quizesse. Meu deus que sensação ruim a da água, é como uma faca te cortando, te dilacerando e o frio, o frio, o frio...o saco como proteção na mão, os barulhos dos demais do grupo: agoniantes... Acho que teria ficado horas ali naquela movimentação da qual me apropiei e que ainda acho que poderia ter feito bem mais lento, quero descobrir mais nela, queria ter ficado para descobrir e depois que saí ainda uma vontade de chorar e simples mais significativo ter saído junto com Felipe e o banho junto da felicidade e da sensação de leveza e ter visto pessoas que eu queria ter visto...quero dançar mais, quero pular, quero adentrar em mim...ter visto fotos lindas que me relembraram momentos e ainda a retomada da vontade de chorar. Obrigada Felipe, obrigada aos demais que também dançaram com a gente uma dança tão difícil. Foi muito especial. Rápido e intenso!

Li Braga.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Tanto tempo que não venho aqui escrever algo... Eu sinto uma anciedade e uma vontade do amanhã, de dançar o Ind Gente, o primeiro e um dos poucos espetáculos do CEM que vi e que me marcou tanto! Quando assistia dentro de mim tinha uma vozinha me perturbando ''meu deus, preciso entrar neste grupo, preciso dançar esta dança...''. Estou mesmo cheia de espectativas e mesmo achando espectativas ruins, sinto essas de uma forma boa...amanhã acho que vai ser marcante, pois creio que experimentarei novas necessidades que o processo pede e ele já me inquieta: é uma sexta que as 2 da madrugada eu fiquei pensando no que a Silvia nos pediu e comecei a falar e a chorar, é ontem a noite que despida fui ''testar'' (não acho uma palavra) a movimentação da qual me lembro e relembrei vendo ontem o vídeo na reunião, é uma vontade de não falar amanhã na hora do espetáculo e só através da minha energia e movimentação estar apropiada do que é pedido. Tenho vontade também de entrar em outros processos que nem vi os espetáculos mas do que ouvi falar e fotos que vi muito me chamaram "De volta para Casa'' e ''Corpos Aprisionados'' mas bem rs, agora estamos neste e entramos em tantas outras coisas. Estar no CEM para mim é um estado de muita coisa: é me sentir longe, inquieta e viva ao mesmo tempo, além dos mil questionamentos e das pessoas que embora muitas sejam longe de mim, de alguma forma eu me sinto em casa e com irmãos...não, não é as mil maravilhas mas eu tenho mesmo mania de fantasiar ou sentir a realidade de outra forma.

Li Braga.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Escrito num comentário.

sonhei contigo hoje... na verdade com todos vocês... estavam se preparando para entrar em cena, todos de roupas orientais, exceto a silvia, que vestia uma malha preta e por cima um véu vermelho... estava linda! linda como ela consegue estar inteira na cena e não ser nem menina, nem mulher... ser por ela mesma a dança. venho pensando constantemente o que é o cem dentro de mim e eu o carrego para cima e para baixo no meu corpo, assumindo em mim que sou o cem, que o pensamento de estar junto, de dançar para não ficar calada estar em mim, dançar como protesto, dançar para não se perder, se achar entre muitos possivelmente perdidos como eu. saudades. do batom vermelho, da roupa marrom, dos pratos estilhaçados sob o palco, das mentiras sinceras, do aperto no peito... estou a procura de mim. estou a procura de todos.abraços um a um e em especial na silvia, a qual me vem em pensamentos de memórias do comecinho do cem, do eu quero, do a chuva também molha, do um a um, sinto muito, enfim, de tudo que construímos juntas e nunca irei esquecer porque está em mim e daqui nunca sairá.

Por Maurilene Moureira

domingo, 1 de março de 2009

Nossas aulas

Em Março:
Terça retorna a aula de Clássico com Everardo Freitas
Programação:
TERÇA
14h Clássico- Com EverardoFreitas
15:30 Aula e ensaio para os espetáculos - com Silvia Moura
17:30 Ensaio e Manutenção para o TERÇA SE DANÇA
20h TERÇA SE DANÇA
ONDE : SESC IRACEMA
QUARTA
19h- Dança Contemporânea-Com Silvia Moura
ONDE: Theatro José de Alencar
SEXTA
14h - Dança Contemporânea - Com Silvia Moura
ONDE: Theatro José de Alencar.
Os outros horários e a ocupação de outros espaços estão sendo organizados para iniciarem agora em Março, assim que estiverem certos divulgaremos.
Por Silvia Moura