Ás vezes as coisas transcendem o "Agrado". Nem tudo é feito para agradar. Há o que é feito por necessidade, confronto, enfrentamento.
A dor dos outros não agrada, ainda bem.
A fome,a sede, o aviltamento, a desesperança, nada disso agrada. Mas, se faz necessério tocar nesse assuntos , para não se entorpecer no marasmo do cotidiano mentiroso e hipócrita pregado pela sociedade de consumo, para não se esquecer dos montes de lixos que fazemos , e do consumismo desenfreado a que nos acostumamos. É preciso lembrar que houve fome , sede, miséria, é preciso abrir os olhos e os olvidos para o clamor que não cessa e vem dos quatro cantos do mundo , dos deserdados, das favelas, dos excluidos, das ruas do centro, de nós mesmos.
Tenho fome sim.
Tenho sede sim.
De dias melhores, de um mundo melhor,de pessoas melhores.
Tenho fome de construção, de humanidade.
E minha fome não se importa com o "AGRADO" de ningém, nem de mim mesma.
Grito porque preciso, porque minhas fomes são muitas e pra muitos.
Pulei a cerca pro lado perigoso do necessário, onde o "NÃO GOSTEI" é pequeno e torna-se absolutamente supérfluo. Do lado de cá ouço apenas o clamor dos retirantes , dos desválidos, dos que tem fome , dos que não tem direito a gostar ou não de algo, dos que vivem com as sobras , com os restos. É por eles que grito e que minha dança se faz ás vezes um lamento , quase insuportável.
Sinto muito, mas, vim assim, com essas sedes de dizer, de dançar essas dores.
Talvez - Não gostar seja um extremo elogio.
SilviaMoura.
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