Roeram algo dentro do meu peito. Ficou um vazio, um buraco enorme. E nele, eu sinto a falta do peso. Tenho medo de perder tudo. Tenho medo de perder meus amores, tenho medo de perder meus amigos, tenho medo da solidão.
Nos meus olhos, uma voz ecoa longe, como num canto de um pássaro ao último raio do sol. E eu me sinto só. Cada vez mais só. Com algo faltando dentro. A falta de alguma coisa. A falta da parte que me falta. Da parte que eu busco, da parte que eu quero preencher.
Sinto falta dos abraços. Sinto falta das canções. Sinto falta do que não existe e do que não virá. É tudo apenas um oco. Um buraco que meu peito abriga, onde sopra um vento longo e eterno, onde nada lá está.
Às vezes eu me perco por dentro. E fico dias esperando no infinito. Esperando que algo aconteça.
Às vezes eu busco.
Às vezes eu choro.
Às vezes eu me desespero.
Mas eu espero. E busco. E choro. E, de novo, me desespero. Mas espero. Com medo de tudo. Com medo de nunca ter. Com medo da falta. Com medo da vida. Com medo das coisas. Com medo da morte. Mas espero.
E quanto aos abraços, eu espero um de cada um na saída dos fundos. Na saída de emergência. No grito dos meus olhos.
Por Honório Felix
sexta-feira, 21 de maio de 2010
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